Palacio Real de Aranjuez

*** PALACIO REAL
DE ARANJUEZ ***

5° dia da viagem
Quinto Dia - Manhã - Visita ao Palácio Real de Aranjuez

Toledo será a primeira cidade que vamos visitar, saindo de Madrid. De carro, como eu gosto de programar minhas viagens, ela dista 74 km pela rodovia A42, mas existem outros dois percursos que são mais longos porém mais bonitos.

Um deles é pela rodovia R-4 e depois pela estrada CM-4001 que totaliza 89 km em 1 e 1/2 hora de viagem. A vantagem é que este percurso passa por Aranjuez e você pode aproveitar para visitar o Palácio Real de Aranjuez, que é uma das residências do Rei de Espanha e que vale muita a pena fazer uma parada e conhecê-lo.

Fica situado no Real Sítio e Vila de Aranjuez, ao sul de Madrid, a cerca de 20 km da capital espanhola, sendo gerido e mantido pelo Patrimônio Nacional. Além do palácio, o complexo é constituído por um vasto conjunto de parques integrados à cidade e que se desenvolveram em volta dele. Está situado nas margens do rio Tejo.

Em 2001 este palácio foi declarado Paisagem e Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO, integrado no sítio Paisagem Cultural de Aranjuez.

As primeiras estruturas do palácio foram encomendadas em 1387 pelo Grand Maestro de la Orden de Santiago, Don Lorenzo Suarez de Figueroa, como lugar de descanso. Fernando el Católico incorporou o edifício a coroa espanhola em 1489, e na primeira metade do século XVI, Carlos V converteu o local em residência de descanso.

Mas foi durante o reinado de Filipe II, em 1561, que o edifício foi convertido na estrutura atual, sendo os planos definitivos da autoria de Juan Bautista de Toledo. Quando Toledo faleceu, em 1567, o seu discípulo Juan de Herrera foi encarregado de terminar a obra. 

Depois da conclusão de uma parte do palácio, o projeto foi abandonado até o reinado de Filipe V, o primeiro rei da Casa de Bourbon. Mas poucos anos depois de se concluir o projeto segundo os planos originais, o palácio sofreu um avassalador incêndio. 

Foi então que o filho de Filipe V, Fernando VI, encarregou o arquieteto Santiago Bonavía da sua reconstrução, o qual respeitou a estética original do edifício, embora tenha introduzido algumas alterações que ainda hoje são visíveis.

Com Carlos III o palácio sofreu a última grande intervenção. Este rei encarregou Sabatini de ampliar o palácio, tendo este construído duas novas alas na fachada principal, criando assim um amplo pátio de armas semelhante ao do Palacio Real de Madrid. O palácio adquiriu, assim, o aspecto que se pode observar nos dias de hoje.

A decoração exterior do palácio, à base de modestos ladrilhos e pedra calcária, produzem um contraste muito elegante. As fachadas são bastante regulares e estão coroadas por uma balaustrada. O corpo central da fachada principal destaca-se do resto do edifício e está decorado com um frontão que alberga o escudo Real, coroando o conjunto com as estátuas dos três reis que intervieram na construção do palácio. 

Palácio Real de Aranjuez

Numas das alas mandadas construir por Carlos III foi instalada a capela, com afrescos de F. Bayeu, enquanto na outra foi disposto um grande salão de baile.

Nos interiores, merece destaque o Salão do Trono, decorado com veludo encarnado. Próximo dele encontra-se o exuberante Gabinete de Porcelana, um prodígio das artes decorativas. A totalidade das paredes e dos tetos apresenta uma riquíssima ornamentação de porcelana em relevo, mistura de estilo rococó e chinês. Foi realizada por Giuseppe Gricci entre 1763 e 1765 por encomenda de Carlos III, representando a obra cimeira da Real Fábrica de Porcelanas do Bom Retiro, atualmente desaparecida.

Sala do Trono

Gabinete das Porcelanas

Bonavia foi também o autor da magnífica escadaria de estilo imperial, com uma formosa balaustrada rococó em ferraria e dourados, a qual é um verdadeiro labirinto com múltiplas rampas de acesso.

Outras salas a destacar são: a Sala de Jantar de Gala, o Salão de Baile, o Gabinete Árabe, o Quarto da Rainha, o Oratório, coberto por formosos afrescos, a Sala da China e a Sala dos Espelhos, entre outros. Nesta salas intervieram pintores como Amiconi, Bayeu e Giordano.

O Salão de Baile
A Escadaria
A Sala de Jantar

A Capela

O Gabinete Árabe

No interior do parque situa-se um pavilhão conhecido como Casa do Lavrador, a qual faz parte do Jardim do Príncipe e que é um pequeno palácio antigamente utilizado pelos reis como pavilhão de caça.

As obras para a construção deste edifício tiveram início em 1791, por ordem do rei Carlos IV, sendo o resultado de vários períodos construtivos. Na sua construção intervieram Juan de Villanueva e Isidro González Velázquez, durante o reinado de Carlos IV. É um verdadeiro milagre que esta construção tenha chegado intacta até a atualidade, pois é realmente frágil devido a uma cimentação insuficiente, a uma má fixação entre as sucessivas expansões e à utilização de materiais de baixa qualidade na sua decoração. De fato, a construção esteve em perigo por várias ocasiões, pelo que durante todo o século XX foi submetida a importantes obras de restauro. Desse modo, o conjunto da obra é um verdadeiro tesouro das artes decorativas em estilo império, parecendo irreal pela sua beleza, ao mesmo tempo frágil e efémera.

A decoração interior deve-se fundamentalmente a Dugourc. Entre as suas salas merecem destaque a escadaria principal decorada com profusão de mármores, o Gabinete de Platina, a Sala Corina e a Sala de Bilhar, entre outras.

A Casa do Lavrador

Uma das joias do complexo são os seus imensos jardins, construídos para exaltar a residência real na árida e seca meseta do centro de Espanha, os quais são cercados pelas tranquilas águas do Tejo. Nas águas do rio navegavam as falúas reais, pequenas embarcações refinadamente decoradas, nas quais se deslocavam o Rei e a sua Corte, enquanto o famoso cantor castrado Farinelli os deleitava com a sua arte.

Os jardins de Aranjuez são um conjunto de florestas e parques paisagísticos e ornamentados e que estão sob custódia do Patrimônio Nacional e também foram declarados Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 2001. O conjunto de jardins abriga uma vasta coleção botânica, com um bom número de espécies, subespécies e raridades, o que também destaca a sua altura e idade, com exemplares com cerca de 50 metros de altura e mais de 200 anos. Assim, albergam mais de 400 espécies arbóreas e arbustivas e 28 árvores classificadas como únicas pela Comunidade de Madrid. Entre eles destaca-se um exemplar denominado Plátano de la Trinidad que, com 220 anos e 47 metros de altura, é a árvore mais alta catalogada pela entidade. 

Os jardins alcançaram renome singular graças ao Concerto de Aranjuez, de Joaquín Rodrigo, considerada a composição musical espanhola mais escutada no mundo.

São vários os jardins históricos que circundam o Palácio Real de Aranjuez, cada um representativo de uma espécie de estilo de acordo com a época e o gosto do monarca que ordenou a sua criação. Estão abertos ao público durante todo o ano, das 10h00 ao pôr-do-sol. Cada um recebeu um nome específico como Jardim da Ilha, do Príncipe, do Rei e por aí vai...

O Jardim do Príncipe é o mais famoso e considerado uma peça única entre os jardins espanhóis. Capricho de Carlos IV quando ainda era Príncipe das Astúrias, foi criado segundo o modelo paisagístico que dominou o resto da Europa, seguindo principalmente as tendências inglesas e francesas do final do século XVIII, e caracteriza-se pela sua variedade vegetal. É o maior de Aranjuez e abriga o Museu de Falúas e a Real Casa del Labrador .

Este jardim é obra do paisagista francês Esteban Boutelou, que também trabalhou nos jardins do Real Sitio de la Granja de San Ildefonso. Enquanto o arquiteto Juan de Villanueva se encarregou do portão, do pavilhão chinês e do templo. No interior podemos ver fontes esculpidas em mármore de Carrara, como as de Narciso, Apolo, Netuno montado na sua carruagem puxada por cavalos marinhos ou a do Cisne.


Jardim do Príncipe

O Jardim da Ilha leva o nome da sua localização, visto que se encontra numa ilha que forma o rio Tejo. É uma amostra única de um jardim do Renascimento espanhol e foi encomendada por Felipe II.

A ilha é uma vasta área verde que alberga muitas árvores, largas avenidas e várias fontes de pedra e mármore que representam figuras e cenários mitológicos. Destaca-se pelas fontes decorativas encontradas em seus passeios: o Boticário, Hércules, Apolo, o Relógio, o Menino do Espinho, Vênus, Diana e Baco. Também se destaca a Cascata de Castañuelas, assim chamada pelo ruído que a água produz ao passar por buracos e saliências.


Jardim de Isla

O Jardim Parterre fica situado na fachada leste do Palácio Real e é uma obra de Esteban Boutelou, jardineiro senior de Aranjuez em 1716, quando foi planejado. O seu desenho corresponde ao tipo de jardim de ângulo baixo e a localização das suas fontes data da época de Fernando VII.

A entrada principal é ladeada por duas guaritas de pedra no estilo Luís XIV. No interior do jardim sobressaem três fontes: a primeira dedicada a Hércules, atrás a de Ceres e no final a das Nereidas. À sua esquerda está o pequeno Jardim das Estátuas, assim chamado porque é cercado por quatorze bustos de imperadores romanos e personagens da era clássica.

Jardim Parterre

O Jardim do Rei embora não possa ser visitado devido ao estado de seu solo, pode ser avistado integralmente desde o Jardim del Parterre. Foi originalmente concebido com a ideia de um jardim fechado que só seria visível das salas do palácio.


Jardim do Rei

E por último o Jardim de Isabel II, também conhecido como Jardim das Princesinhas, foi o último jardim a ser construído já no século XIX e foi projetado para preencher uma pequena área não utilizada de forma que fosse visível do palácio. Anos mais tarde, uma estátua de bronze foi colocada para comemorar a ascensão ao trono de Elizabeth II.

Jardim de Isabel II

Em alguns dos jardins encontramos algumas atrações e construções que também vale a pena conhecer, como a Casa Del Labrador que já mencionei acima. Ao lado do Jardim do Principe, avista-se também o Real Embarcadero às margens do rio Tejo, que na sua época foi utilizado por Fernando VI.

Ao lado fica o Museu Real das Falúas, onde estão preservados os barcos curiosos usados ​​pelos reis da Espanha desde o século XVII.

E bem perto da Casa del Labrador fica a Estanque Chinescos, obra do arquiteto da época, Villanueva.

Real Embarcadero
Museu Real das Falúas
Estanque Chinescos

Dicas Importantes:

  • O horário de visita do Palácio Real de Aranjuez é atualmente, durante a crise sanitária do coronavírus, de terça a sexta-feira, das 10h00 às 16h00, e aos sábados, domingos e feriados, das 10h00 às 18h00, com último acesso uma hora antes fechando. Às segundas-feiras este monumento está fechado à visitação.
  • Os horários de visita da museu das Barcaças Reais e da Casa do Labrador é o mesmo do palácio real.
  • Lembre-se de que a Casa del Labrador só funciona com visitas guiadas que devem ser marcadas com antecedência pelo telefone (91) 891 03 05.
  • Quanto ao horário de visita dos jardins de Aranjuez, variam conforme a época do ano, abrindo sempre às 8h00, e fechando a partir das 18h30, de novembro a fevereiro, até às 21h30 no verão.

Terminada a visita ao Palácio Real de Anjuarez agora é só continuar até Toledo...




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